Da(r) conversa, nasce o verso...
"Ora vede: Definindo S. Bernardo o amor fino, diz assim: Amor non quaerit causam, nec fructum: "O amor fino não busca causa nem fruto". Se amo, porque me amam, tem o amor causa; se amo, para que me amem, tem fruto: o amor fino não há de ter por quê nem para quê. Se amo por que me amam, é obrigação, faço o que devo; se amo para que me amem, é negociação, busco o que desejo. Pois como há de amar o amor para ser fino? Amo, quia amo, como ut amem: amo, porque amo, e amo para amar. Quem ama porque o amam, é agradecido; quem ama, para que o amem, é interesseiro; quem ama, não porque o amam, nem para que o amem, esse só é fino."
Padre Antônio Vieira
-Lindo, depois que leio e você diz que lembrou de mim ao ler, fico pensando será que já amo assim? Te amo!
-Só sei que o amo, não para que me ames ou por me amares. Apenas amo. E amo amá-lo. És sensível a ponto de duvidar da finesa do teu amor.
- Meu Deus, que coisa linda...Assim o amor virá líquido e escapa pelos olhos... Eu te amo!
- Não escapa, apenas toma forma diferente para se fazer mais presente e acariciar nosso rosto.
- Não escapa, desliza e corre. Esvai a forma e fica lá, lá dentro...Pois ele, o amor fino é a essência.
nêgo, tu tá demais... q coisa linda é essa? aprendeu com quem? kkkkk...
ResponderExcluirum amor puro... desinteressado... lindo! será q existe?
Amigo, acho que esse padre é Antonio Vieira do século XVII, aquele que fazia sermões maravilhosos, recheiados de crítica à postura dos pregadores daquela época. Mesmo sendo de outra época ele é atual. Ele era a favor da pregação verdadeira sem hipócrisia. No meu blog tem até um post que fiz qnd li uns sermões dele pra um trabalho da facul.
ResponderExcluirSegue o link: http://variaspartesdemim.blogspot.com/2009/07/ao-mau-pregador.html
Pois bem, lendo seu post, lembrei do trecho do poema de Drummond, que diz:
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Ah...resolvi colocar o poema todo:
As sem razões do amor
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no elipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
(Drummond)
bjs