segunda-feira, 2 de julho de 2012

Dezessete


Aos dezessete anos eu pedi um amor.
Na vulnerabilidade dos romances passageiros que se ama até dez passos de distância.
Na quantidade de bocas que se beija nas festas populares.
Nos corpos que se encontram para o desejo, mas não tocam a alma.
Quando isso tudo era muito corriqueiro, eu pedi um amor.
Gritei ao céu, a deusa do mar, joguei cartas, búzios, consultei a feiticeira da esquina, e ela até me disse: "Meu menino, nascemos para encantar. Todos nós somos feiticeiros, encantamos o outro". Mas sua resposta não foi satisfatória.
Sai pela rua a procurar, achei um, outro, outro, beijei, senti seu suor no meu corpo, mas ainda assim não tinha um amor.
Como queria e quero um amor.
Aos dezessete anos eu pedi um amor.