segunda-feira, 2 de julho de 2012

Dezessete


Aos dezessete anos eu pedi um amor.
Na vulnerabilidade dos romances passageiros que se ama até dez passos de distância.
Na quantidade de bocas que se beija nas festas populares.
Nos corpos que se encontram para o desejo, mas não tocam a alma.
Quando isso tudo era muito corriqueiro, eu pedi um amor.
Gritei ao céu, a deusa do mar, joguei cartas, búzios, consultei a feiticeira da esquina, e ela até me disse: "Meu menino, nascemos para encantar. Todos nós somos feiticeiros, encantamos o outro". Mas sua resposta não foi satisfatória.
Sai pela rua a procurar, achei um, outro, outro, beijei, senti seu suor no meu corpo, mas ainda assim não tinha um amor.
Como queria e quero um amor.
Aos dezessete anos eu pedi um amor. 

3 comentários:

  1. Aos 30, eu nem pedi um amor, mas ele veio. E eu o amei por 60 lindos dias. E foram os mais lindos dias da minha existência. E eles ecoam até hoje, de forma impressionante. Os dias e o amor.

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  2. Você sempre me surpreendendo.
    beijo meu lindo ;*

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  3. Onw meu Deus! que coisa linda...mas o amor acontece, pedindo ou não, simplesmente vem como a brisa da tarde, mas é preciso estar atento para senti-la, senão, passa despercebido e quando se nota, já se foi...mas se é amor, volta o amor sempre volta a nos encantar. O amor é a coisa mais sem explicação que existe, porque acontece e não se sabe de onde veio, nem pra onde vai...mas vem! Lindo meu! ^^

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